Jackson, um coração de ouro  

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"A inteligência, aperfeiçoou-a sempre com esmerado carinho no conhecimento do dogma, da moral, da filosofia, da história do cristianismos. Poucos leigos possuíram entre nós uma cultura religiosa tão variada e profunda. Poucas consciências apuraram com tanta delicadeza o senso da ortodoxia. A vontade, num esforço continuado de disciplina interior, procurou sempre elevá-la ao nível da inteligência. Era um espetáculo moral digno de admiração e respeito ver a energia com que aquêle caráter nobre dominava as rebeldias naturais de um temperamento ardente e belicoso. A razão acabava sempre triunfando do instinto. Após a luta, restabelecia-se a paz no equilíbrio superior da alma. A atividade - e que atividade indomável - êle a consagrou tôda e sem reserva à defesa da verdade. Conveniências humanas de relações literárias, interesses materiais, ascensões políticas, tudo sacrificou ao desempenho de sua missão de paladino da causa católica. A igreja teve nêle sempre um leal e fiel servidor. No renhir de tantas lutas em que se viu empenhado e sob as aparências enganadoras de uma rudeza agreste, Jackson conservou sempre um coração de ouro. Conhecia e praticava naturalmente tôdas as delicadezas da amizade, tôdas as dedicações, todos os extremos das afeições vivas, sinceras, profundas. O que nêle parecia braveza era reação espontânea de um caráter superior e fogoso ante as mesquinharias humanas que deprimiam a realidade abaixo do ideal. Era por esta afeição meiga que êle cativava-os para fazer-lhes bem. Quantos jovens não devem ao impulso de sua mão firme e deliada, o surto ascensional que os elevou às eminências da fé!" (Pe. Leonel Franca - Alocuções e Artigos)

FIGUEIREDO, Jackson de. Trechos escolhidos. Rio de Janeiro: AGIR, 1958.

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